
Mais de 43% dos brasileiros apontam a criminalidade como o problema mais urgente do país, segundo a pesquisa global What Worries the World (Ipsos/G1) divulgada em março de 2025. Esse índice, que supera a taxa global de 32%, revela o peso da sensação de insegurança na vida cotidiana. O medo de assaltos, homicídios e violência urbana interfere diretamente na liberdade de ir e vir, restringindo passeios, uso de transporte público e vida noturna — o que gera prejuízos econômicos e psicológicos em larga escala.
Medo e Restrições no Dia a Dia
Estudos conduzidos em bairros de grandes metrópoles mostram que o medo é um gatilho para estratégias individuais de proteção, como evitar ruas vazias, não frequentar parques ou retirar filhos de atividades extracurriculares. A violência urbana também tem efeitos tangíveis na economia local, como a desvalorização de imóveis, fechamento de pequenos comércios e isolamento comunitário.
Levantamentos mais recentes, como o Datafolha de abril de 2025, confirmam a percepção de piora da criminalidade: 58% dos brasileiros notaram aumento da insegurança, especialmente mulheres (62%) e moradores da Região Sudeste (66%). Esse contexto reforça o sentimento de vulnerabilidade e evidencia a urgência por soluções estruturais.
Por que Isso Importa
A sensação de insegurança é um grave problema de saúde pública, com impacto direto no bem-estar emocional, com aumento de transtornos como ansiedade e estresse. Além disso, os ambientes urbanos perdem vitalidade — o que afeta negócios, patrimônio e a qualidade de vida como um todo.
O Brasil ocupa posição baixa no ranking de segurança pública global: está em 112º lugar no indicador Justiça Criminal e em 129º no controle efetivo do crime, de acordo com o Índice Rule of Law do World Justice Project. Esses dados ressaltam a fragilidade das instituições e a necessidade urgente de investimentos em policiamento, inteligência, prevenção social e políticas públicas integradas.
Caminhos Para Avançar
Para reverter esse quadro, especialistas defendem ações integradas em três frentes:
- Aprimoramento do policiamento ostensivo e investigativo, com uso de dados e tecnologias de inteligência criminal;
- Investimento em políticas sociais, como educação e habitação, a fim de reduzir fatores estruturais da violência urbana;
- Promoção de participação comunitária, fortalecendo o policiamento de proximidade e a coesão social.
Fortalecer essas frentes pode resgatar a sensação de segurança, promover maior mobilidade urbana e restaurar a confiança nas instituições — elementos essenciais para uma sociedade mais livre e resiliente.
Dante Navarro é o editor-chefe do Pauta Brasil