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Título: O Congresso Nacional Representa o Povo ou os Próprios Interesses?

Por Dante Navarro

Num cenário político marcado por crises, escândalos e promessas frequentemente não cumpridas, uma pergunta ressurge com força nas ruas, redes sociais e rodas de conversa: o Congresso Nacional — composto por deputados federais e senadores — está realmente agindo como legítimo representante do povo ou priorizando interesses pessoais e corporativos?

A resposta, infelizmente, não é simples. Por um lado, o sistema democrático brasileiro permite que o povo escolha seus representantes por meio do voto direto. Em tese, esses parlamentares deveriam legislar em favor da população, fiscalizar o Executivo e zelar pelos princípios constitucionais. Por outro lado, o que se vê com frequência nos bastidores e nos noticiários são manobras políticas, acordos obscuros e votações que parecem muito mais conectadas a interesses de grupos específicos, lobbies econômicos ou à própria manutenção de poder do que ao bem coletivo.

Casos recentes de emendas parlamentares bilionárias — muitas vezes distribuídas em troca de apoio político —, votações que beneficiam determinados setores em detrimento da maioria e a lentidão em pautas sociais urgentes, como a saúde pública, a educação inclusiva ou a proteção das minorias, fortalecem a percepção de distanciamento entre o Congresso e a sociedade.

Além disso, os próprios privilégios mantidos dentro do Parlamento, como aposentadorias especiais, auxílios de toda natureza e blindagens legais, colocam os legisladores em uma bolha distante da realidade da maioria dos brasileiros. Enquanto isso, temas como a reforma tributária justa, o combate à desigualdade e a efetivação dos direitos fundamentais permanecem em segundo plano.

A crítica, no entanto, não deve ser generalizada. Há parlamentares comprometidos, que mantêm um diálogo constante com suas bases, promovem debates relevantes e votam de forma coerente com seus discursos de campanha. O problema está na estrutura do sistema político, que ainda permite — e muitas vezes incentiva — a barganha, a troca de favores e a falta de transparência.

O verdadeiro desafio é fortalecer os mecanismos de controle social, pressionar por maior responsabilidade política e manter viva a participação cidadã. Afinal, em uma democracia saudável, os representantes não são donos de mandatos, mas porta-vozes da população.

E você, sente-se representado por seu deputado ou senador? Ou acha que eles mudaram de lado depois das eleições? A resposta a essa pergunta pode ser o ponto de partida para uma nova postura do eleitor: mais atenta, mais exigente e, acima de tudo, mais participativa.  Deixe aqui seu comentário

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