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A Proclamação da República Vista Pela Advocacia — Quando a Liberdade Virou Nossa Maior Causa

Em 15 de novembro, o Brasil comemora a Proclamação da República, um marco histórico que não apenas mudou o regime político do país — mas inaugurou uma nova era de responsabilidades, direitos e deveres. Mas e se olharmos esse dia não apenas como um capítulo da História, e sim como um símbolo da própria advocacia? Afinal, todo advogado, de alguma forma, é um proclamador da liberdade.

Por Esdras Dantas de Souza*

A República nasceu de um ato de coragem — e a advocacia também

Naquela manhã de 1889, um país inteiro despertava para a liberdade.
Não foi um gesto isolado, mas o resultado de anos de inquietação, debates e coragem de quem acreditava que o Brasil podia ser mais justo, mais livre, mais humano.

Essa essência também move o advogado.
Todos os dias, em cada petição, sustentação oral ou negociação, há um profissional proclamando — não com armas, mas com palavras — o direito de alguém ser ouvido.

A advocacia, assim como a República, é um ato de fé na liberdade.
E talvez por isso, o 15 de novembro não deva ser lembrado apenas nas escolas de História, mas também nos escritórios e tribunais, onde a liberdade continua sendo proclamada — de forma silenciosa, mas poderosa.

Da monarquia à república: a transição que inspirou o Direito moderno

A Proclamação da República foi mais do que uma troca de regime.
Ela representou o nascimento do Estado Democrático de Direito, em que as leis valem mais do que vontades pessoais.
E quem garante que essa promessa não morra é o advogado.

A cada violação combatida, a cada injustiça corrigida, a advocacia reafirma o ideal republicano: ninguém está acima da lei.
Essa é, na essência, a mesma chama que iluminou o país em 1889 — e que continua viva nas mãos de quem defende o devido processo legal, a ampla defesa e a dignidade humana.

Quando um advogado insiste, mesmo diante da adversidade, ele repete o gesto simbólico dos republicanos: tira a coroa da opressão e ergue o estandarte da igualdade.

Ser advogado é ser guardião da República

A República não é apenas uma forma de governo; é uma forma de consciência cívica.
E a advocacia é a sua voz ativa.
Cada vez que um advogado se levanta contra o abuso, cada vez que exige transparência, cada vez que diz “não” à arbitrariedade, a República se fortalece.

A liberdade de expressão, a defesa das minorias, a proteção do cidadão contra o poder — tudo isso é obra cotidiana da advocacia.
É por isso que o advogado não trabalha apenas para o cliente, mas para o próprio país.
Ser advogado é ser guardião da República. É lutr para que o poder nunca se torne tirania e para que a justiça nunca se torne privilégio.

Conclusão — A nova proclamação começa dentro de cada advogado

Hoje, mais de um século depois, o Brasil ainda precisa de novas proclamações: de ética, de respeito, de transparência, de justiça social.
E quem lidera essa missão é a advocacia.

Por isso, neste 15 de novembro, que cada advogado e advogada lembre: a beca é a nova farda da República, e o Direito é a nossa bandeira.
Não basta celebrar a liberdade — é preciso defendê-la todos os dias, com coragem, empatia e propósito.

Compartilhe esta mensagem.
Refaça seus sonhos na advocacia.
Continue proclamando a justiça em cada causa que abraça.

Esdras Dantas de Souza é advogado, professor de Direito Público e presidente da Associação Brasileira de Advogados (ABA)

 

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