A Polícia Federal deu o aval para a celebração de um acordo de delação premiada com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cid está sob investigação em casos relacionados a fraudes em cartões de vacinação, minutas de golpes e a venda de joias e presentes recebidos pelo governo Bolsonaro durante viagens ao exterior.
Nos últimos 20 dias, Mauro Cid prestou depoimentos à PF, mas a conclusão do acordo depende da aprovação do Ministério Público Federal (MPF), que ainda precisa definir as condições do acordo. Além disso, a delação só terá validade após ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre o foco da delação, pois Cid é alvo de investigações em diversos casos.
As suspeitas contra o ex-ajudante de ordens incluem:
- Participação na tentativa de trazer ilegalmente para o Brasil joias recebidas pelo governo Bolsonaro como presentes da Arábia Saudita.
- Tentativa de venda irregular de presentes oferecidos ao governo Bolsonaro por delegações estrangeiras durante viagens oficiais.
- Suposta participação em uma fraude relacionada às carteiras de vacinação de Bolsonaro e da filha de 12 anos do ex-presidente.
- Envolvimento nas negociações sobre uma possível invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto, com o objetivo de desacreditar o sistema judiciário brasileiro.
- Participação em tratativas relacionadas a um possível golpe de estado.
No final da tarde de quarta-feira (6), Mauro Cid compareceu voluntariamente ao STF para confirmar sua decisão de realizar a delação. O juiz Marco Antônio conduziu uma audiência com Cid e seu advogado para garantir que a decisão fosse tomada de forma consciente. Agora, a homologação ou não da delação será avaliada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Cabe destacar que Mauro Cid já havia prestado um longo depoimento à PF em 28 de agosto, no âmbito da investigação sobre a invasão do sistema do CNJ pelo hacker Walter Delgatti Neto. Naquela ocasião, as negociações para a celebração do acordo de delação já estavam em curso. O blog procurou a defesa de Mauro Cid, mas não obteve retorno até o momento. Com as informações do site G1
Da Redação