
Enquanto há expectativa sobre as possíveis revelações do tenente-coronel Mauro Cid, o advogado Fábio Wajngarten, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirma que há preocupação “zero” com as informações que Cid pode fornecer à Polícia Federal.
Segundo Wajngarten, “Não há absolutamente nada que o tenente-coronel Cid possa delatar que se relacione com o presidente.”
Mauro Cid, preso desde maio, compareceu ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira para confirmar sua intenção de fechar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. No entanto, o conteúdo de suas declarações só poderá ser usado nos inquéritos que tramitam no STF após a homologação do acordo pela Corte. As investigações nas quais o aliado de Bolsonaro está envolvido são conduzidas pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que decidirá se a proposta de delação seguirá adiante.
Mauro Cid é uma peça-chave em diversas investigações que envolvem o ex-presidente. Ele é mencionado no inquérito sobre milícias digitais, na investigação de fraudes na carteira de vacinação e na apuração sobre um suposto esquema de venda de presentes recebidos por Bolsonaro enquanto chefe de Estado.
Além disso, uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 128 presentes de autoridades estrangeiras no acervo privado de Bolsonaro que deveriam ser devolvidos para incorporação ao patrimônio da União. Dos 240 presentes que foram parar no acervo pessoal de Bolsonaro, os técnicos do TCU consideraram que 111 deveriam ter sido destinados ao patrimônio da União por não terem caráter pessoal. Outros 17 objetos que estão com Bolsonaro seriam de “elevado valor comercial” e também deveriam ser incorporados ao patrimônio da União, segundo o TCU. O relatório não especifica quais são esses objetos.
O TCU propõe que a Presidência da República reavalie os presentes no acervo de Bolsonaro e instaure um procedimento administrativo para identificar possíveis presentes não registrados. Até o momento, a defesa do ex-presidente não se pronunciou sobre o assunto.
A preocupação com as possíveis revelações do tenente-coronel Mauro Cid surge em um contexto em que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta diversas investigações e questionamentos sobre seu governo. A figura de Cid como uma peça-chave nessas investigações torna suas potenciais declarações uma fonte de ansiedade para a defesa de Bolsonaro.
É importante notar que Mauro Cid é mencionado em diferentes inquéritos que investigam aspectos variados da administração de Bolsonaro, incluindo o uso de milícias digitais, supostas fraudes na carteira de vacinação e a alegação de venda de presentes recebidos pelo ex-presidente. Portanto, suas informações podem abranger uma ampla gama de tópicos sensíveis.
Ademais, a auditoria do Tribunal de Contas da União que identificou presentes de autoridades estrangeiras no acervo privado de Bolsonaro e recomendou sua devolução ao patrimônio da União é mais um elemento que adiciona pressão ao ex-presidente. A análise do TCU sugere que Bolsonaro teria mantido presentes que deveriam ser de interesse público, o que pode resultar em mais investigações e escrutínio.
No entanto, é importante ressaltar que as revelações de Mauro Cid só terão impacto efetivo nos inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal após a homologação de seu acordo de colaboração premiada. Portanto, a incerteza sobre o conteúdo dessas revelações e suas implicações continuará até que esse processo seja concluído. A defesa de Bolsonaro, representada por Fábio Wajngarten, parece expressar confiança de que o conteúdo das declarações de Mauro Cid não afetará o ex-presidente diretamente, mas a situação permanece fluida até que mais informações sejam reveladas.
Com informações do Estado de São Paulo e o Uol