Política

Quem Representa o Povo? Perfil dos Parlamentares Brasileiros Revela Desigualdade Social

Por Dante Navarro

O Congresso Nacional brasileiro, composto por 513 deputados federais e 81 senadores, é frequentemente descrito como a “casa do povo”. No entanto, os números revelam que essa representação está longe de refletir a diversidade e as condições socioeconômicas da população brasileira.

Dados recentes indicam que a maioria dos parlamentares é formada por homens brancos, com mais de 50 anos e ensino superior completo. Mulheres representam apenas cerca de 17% da Câmara dos Deputados, embora correspondam a mais da metade da população do país. Em relação à raça, a predominância também é clara: aproximadamente 75% dos parlamentares se declaram brancos, enquanto no Brasil, pretos e pardos representam mais de 55% da população, segundo o IBGE.

Outro ponto que chama atenção é o patrimônio declarado. Estudos apontam que o patrimônio médio de um deputado federal é cerca de 62 vezes maior do que a média do cidadão brasileiro. Muitos parlamentares possuem bens superiores a R$ 1 milhão, e uma parcela significativa ultrapassa a marca dos R$ 10 milhões. Há casos de parlamentares que figuram entre os mais ricos do país, com fortunas que ultrapassam R$ 100 milhões.

Além do salário mensal de aproximadamente R$ 41.650,92 (valor atualizado desde 1º de fevereiro de 2023, equiparado ao teto constitucional)., cada parlamentar conta com benefícios como verba de gabinete, auxílio-moradia, cota para passagens aéreas e planos de saúde, o que faz com que o custo anual de um único deputado ou senador ultrapasse os R$ 24 milhões aos cofres públicos.

Esses dados levantam questionamentos importantes: até que ponto o Congresso Nacional, formado majoritariamente por uma elite econômica e social, consegue compreender e representar as necessidades da maioria da população brasileira, que enfrenta realidades muito diferentes das vividas pela classe política?

Especialistas defendem maior diversidade na política, com incentivo à participação de mulheres, pessoas negras, indígenas e representantes das classes populares, para garantir que a democracia seja, de fato, plural e representativa. Enquanto isso, o desafio permanece: aproximar a chamada “casa do povo” do povo que ela deveria representar.

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