No último sábado, em Porto Alegre (RS), Everton Goandete da Silva, um motoboy, sofreu um ferimento leve causado por um disparo efetuado por um homem. Durante o tumulto que se seguiu, a polícia foi acionada e, ao chegar ao local, prendeu Everton, um homem negro de 40 anos. Segundo relatos, ele teria sido detido por comportamento agressivo e por desacato à autoridade. O responsável pelo disparo, um idoso branco de 72 anos, também foi encaminhado à delegacia, mas logo em seguida, foi liberado. Everton atribui sua detenção não ao seu comportamento, mas sim a um ato de racismo.
Este incidente ilustra a complexidade das dinâmicas raciais na sociedade e como, frequentemente, vítimas de agressão podem ser vistas como agressoras devido a preconceitos raciais. Para aprofundar a discussão sobre as raízes desses acontecimentos preocupantes, Natuza Nery entrevista Luiz Augusto Campos, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, buscando entender melhor as estruturas que perpetuam essa realidade.
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