STF Determina Cumprimento da Pena de Jair Bolsonaro e Reforça Marco Histórico no Sistema Judicial Brasileiro
Decisão de Alexandre de Moraes confirma início imediato da pena de 27 anos e 3 meses; outros condenados do núcleo golpista também tiveram prisão decretada. Clima político exige serenidade e respeito às instituições.

Esta foto foi publicada na internet: em 14 de setembro de 2025 — Foto: Reuters/Mateus Bonomi
Introdução
O Brasil vive um dos capítulos mais marcantes de sua história institucional. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (25) o início do cumprimento da pena imposta ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão no caso conhecido como trama golpista.
A decisão ocorre após o ex-presidente não apresentar novos recursos dentro do prazo legal. Com isso, segundo o STF, não há mais possibilidade de interposição de outros instrumentos processuais. Bolsonaro permanecerá na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde já se encontra preso preventivamente desde o último sábado (22).
Trata-se de um momento sensível, que exige análise técnica, serenidade institucional e total respeito ao devido processo legal.
Cumprimento da pena e fundamentos da decisão
O ministro Alexandre de Moraes determinou que a pena seja iniciada de imediato, em regime inicial fechado, conforme prevê o acórdão da Primeira Turma do STF.
Em sua decisão, Moraes afirmou de forma categórica:
“Determino o início do cumprimento da pena de Jair Messias Bolsonaro, em regime inicial fechado, da pena privativa de liberdade de 27 anos e três meses.”
O ministro destacou que a defesa não apresentou novos embargos de declaração no prazo estipulado e que não há previsão legal para apresentação de outros recursos, inclusive embargos infringentes — que somente seriam admitidos caso houvesse ao menos dois votos pela absolvição. No julgamento, apenas o ministro Luiz Fux votou em favor da absolvição, número insuficiente para viabilizar esse tipo de recurso.
Assim, confirmada a inadmissibilidade de novas impugnações, a execução da pena foi autorizada.
Outros condenados também tiveram prisões executadas
Além do ex-presidente, Moraes decretou o início do cumprimento das penas de outros integrantes do núcleo central da trama golpista. Entre eles:
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin; está nos EUA.
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha – cumprirá pena na Estação Rádio da Marinha, em Brasília.
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça – cumprirá pena de 24 anos na Penitenciária Federal da Papuda.
- Augusto Heleno, general da reserva e ex-ministro do GSI – levado ao Comando Militar do Planalto.
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa – também levado ao Comando Militar do Planalto.
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil – seguirá na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro.
O tenente-coronel Mauro Cid, delator do caso, já cumpre os 2 anos de pena em regime aberto, conforme acordo homologado.
A decisão reforça a extensão do caso e a responsabilização de diferentes atores que, segundo o julgamento, integraram a estrutura investigada.
O que dizem especialistas sobre o impacto institucional
Juristas afirmam que o momento exige serenidade e compromisso com a legalidade. Para o professor de Direito Constitucional Dr. Renato Albuquerque, a execução da pena “não se trata de um ato político, mas jurídico”:
“O STF não age por conveniência ou preferência, mas pela aplicação objetiva da lei. Em democracias maduras, condenações de autoridades públicas fazem parte do funcionamento das instituições.”
Cientistas políticos, por sua vez, destacam que a polarização do debate pode gerar distorções perigosas.
A analista política Dra. Helena Cardoso observa:
“É fundamental que a sociedade diferencie divergência política de respeito institucional. O ataque às instituições não fortalece ninguém. A obediência ao Estado de Direito é o que sustenta uma nação civilizada.”
Conclusão — Democracia se constrói com leis claras e instituições respeitadas
O início do cumprimento da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro é um acontecimento de grande impacto, mas deve ser visto sob a ótica da maturidade institucional: a lei atinge todos, independentemente do cargo ou da relevância política.
Mais do que nunca, o país precisa de serenidade, responsabilidade e confiança no devido processo legal. A democracia brasileira demonstra força quando suas instituições funcionam — mesmo sob intensa pressão pública.
Acompanhe nossas atualizações para entender cada etapa desse processo e compartilhe esta matéria para fortalecer o debate responsável e informado no país.
Por Dante Navarro



