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Desemprego Cai a 5,8% e País Alcança Recordes Históricos de Ocupação: Alívio com Sinais de Consistência

Por Redação Pauta Brasil | Jornalismo com dados e equilíbrio

O Brasil vive um momento raro e, para muitos, surpreendente no campo do trabalho: a taxa de desemprego caiu para 5,8% no segundo trimestre de 2025 — o menor índice da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), iniciada em 2012 pelo IBGE. Trata-se de um marco expressivo que reflete uma combinação de fatores econômicos e demográficos, com impacto direto na vida de milhões de brasileiros.

Segundo o levantamento divulgado nesta quinta-feira (31), a população ocupada no país chegou a um recorde de 102,3 milhões de pessoas. Esse número representa um aumento de 1,8 milhão de trabalhadores em relação ao primeiro trimestre do ano e de 2,4 milhões na comparação com o mesmo período de 2024. Além disso, mais de 1,3 milhão de pessoas saíram da fila do desemprego apenas nos últimos três meses.

A taxa de subutilização da força de trabalho também caiu, atingindo 14,4%, o menor índice já registrado. O mesmo ocorreu com a população desalentada — aqueles que desistiram de procurar emprego — que caiu para 2,8 milhões, com retração de mais de 13% no trimestre. Esses dados indicam não apenas uma recuperação, mas uma possível consolidação de um mercado de trabalho mais forte e abrangente.

Outro destaque positivo é o avanço da carteira assinada, que agora atinge 39 milhões de trabalhadores no setor privado — o maior número desde o início da série histórica. A formalização, geralmente acompanhada de melhores salários e benefícios, é um sinal importante de estabilidade. Paralelamente, o rendimento médio habitual do trabalhador subiu para R$ 3.477, o maior já registrado, e a massa salarial real alcançou R$ 351,2 bilhões — ambos também recordes.

A metodologia da pesquisa foi atualizada com base nos dados do Censo 2022, o que torna os números ainda mais robustos e representativos da realidade populacional atual. A recalibração, segundo o IBGE, não compromete a comparabilidade com séries anteriores, mas refina a precisão das análises.

Apesar da euforia justificada com os números, especialistas alertam que a comemoração precisa vir acompanhada de cautela. A economia brasileira ainda enfrenta desafios estruturais, como baixa produtividade, alta informalidade em determinados setores, e desigualdade regional. Ainda há 6,3 milhões de pessoas desempregadas no país, um número significativo para uma nação com forte demanda por inclusão social e oportunidades equitativas.

Outro ponto de atenção é o fato de que questões políticas e fiscais podem afetar a sustentabilidade desses resultados. A manutenção da confiança dos investidores, o equilíbrio das contas públicas e a estabilidade institucional serão cruciais para que o cenário atual não seja apenas um ponto fora da curva.

A queda do desemprego em 2025 é, portanto, um alívio real e merece ser registrada com otimismo — mas também com o olhar crítico e vigilante de quem compreende que bons indicadores não dispensam políticas públicas firmes, continuidade nos investimentos e compromisso com a justiça social. Afinal, um mercado de trabalho mais forte é também uma base mais sólida para a democracia e o progresso.

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