ARTIGO | Jornalismo em Risco: Quando a Opinião Se Disfarça de Informação

Em uma época em que a informação circula em tempo real e a mídia tem papel central na formação da consciência coletiva, é alarmante o que temos presenciado diariamente em programas de rádio, televisão e portais de notícia: jornalistas e apresentadores que, ao invés de se guiarem pelos princípios éticos do jornalismo, transformam seus espaços profissionais em palanques ideológicos, seja à direita, seja à esquerda.

O que deveria ser compromisso com a verdade se transforma em uma arena de opiniões pessoais disfarçadas de notícia. Esses profissionais — ou pelo menos assim se intitulam — não informam: doutrinam, influenciam e manipulam, usando o prestígio da função para defender posições políticas ou atacar adversários, como se suas palavras fossem incontestáveis. Isso não é jornalismo. Isso é militância travestida de isenção.

Mais grave ainda é perceber que muitos desses comunicadores estão, de forma escancarada ou sutil, a serviço de partidos políticos, pagos para influenciar o público de forma disfarçada. E o mais perigoso: muitas vezes, fazem isso sem qualquer preparo técnico, sem equilíbrio emocional e sem compromisso com a democracia. Exaltam a violência, reforçam discursos de ódio, incentivam a polarização e, ao fim, enfraquecem as instituições e corroem a confiança da sociedade na imprensa livre.

A atuação responsável da imprensa é um dos pilares da democracia. Mas quando jornalistas se tornam agentes de desinformação, quem pode e deve coibir esse comportamento? A resposta envolve a sociedade civil, os conselhos de ética do jornalismo, o Ministério Público, as próprias empresas de comunicação e, principalmente, você, cidadão, que consome e compartilha informação.

O seu olhar crítico é a primeira linha de defesa da verdade.

Seja seletivo. Questione. Denuncie excessos. E lembre-se: opinião não é notícia, e jornalista que atua como cabo eleitoral, não merece sua credibilidade.

Quer saber como identificar um jornalismo ético e responsável? Acompanhe nossos conteúdos. Informação é poder — mas só quando é verdadeira.