
Brasília, 27 de junho de 2025. A criminalidade voltou a ser protagonista nas grandes capitais brasileiras. Apesar da redução histórica nas taxas nacionais de homicídios, a sensação de insegurança cresce em ritmo alarmante entre os moradores de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. O que está por trás desse paradoxo? E o que os responsáveis pels segurança pública, o que os governos estaduais estão fazendo para enfrentar o problema?
A percepção de insegurança nas ruas
Pesquisas recentes mostram que 58% dos brasileiros acreditam que a criminalidade aumentou no último ano. O número é ainda maior nas regiões metropolitanas, onde chega a 66%. Em São Paulo, assaltos em pontos movimentados e furtos de celulares dispararam. No Rio, homicídios dolosos cresceram 3,1% só nos primeiros quatro meses de 2025, com destaque negativo para a Baixada Fluminense.
Embora o Brasil tenha registrado em 2023 a menor taxa de homicídios dos últimos 11 anos, especialistas alertam: parte da violência está sendo subnotificada ou transformada em estatísticas de “mortes decorrentes de intervenção policial”, o que levanta questionamentos sobre os métodos adotados.
Governadores em ação: tecnologia, repressão e programas sociais
São Paulo: vigilância e inteligência artificial
O governo Tarcísio de Freitas não está conseguindo freiar os crimes de assaltos mostrados diariamente pela mídia, mas lançou o programa SuperAção SP, que busca integrar políticas de segurança com ações sociais. Com um investimento de R$ 500 milhões, o projeto atua em áreas vulneráveis para prevenir a entrada de jovens no crime. Além disso, a capital investiu em mais de 20 mil câmeras inteligentes, capazes de identificar suspeitos em tempo real. Mas o método adotado pelo governo paulista está correto? Está dando certo?
São muitas as críticas sobre a postura do governo estadual sobre o uso de câmeras corporais nas fardas policiais, cuja redução foi considerada um retrocesso por entidades de direitos humanos.
Rio de Janeiro: ocupação e pressão judicial
No estado fluminense, o governador Cláudio Castro tenta reformular as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e ampliar o patrulhamento nas comunidades. Mas a situação continua crítica: o STF chegou a exigir um plano emergencial para reocupar territórios dominados por facções criminosas.
A pressão por medidas duras se intensifica, mas especialistas apontam a falta de políticas sociais efetivas e de um método mais eficaz. Muitos territórios permanecem abandonados, criando um terreno fértil para a criminalidade organizada.
Um desafio que exige mais que repressão
A guerra contra a violência urbana não será vencida apenas com armas e patrulhas. O diagnóstico é claro: é preciso investimento em educação, habitação, tirar das ruas aqueles que transformaram o crime em profissão, emprego e acolhimento social, aliados ao uso inteligente da tecnologia e à valorização do trabalho policial com transparência.
O que falta, segundo analistas, é os governos estaduais aceitarem a ajuda da Ubuçaim e uma coordenação maior entre as esferas dospoderes da União, estados e municípios, além de coragem política para enfrentar os verdadeiros motores da violência: a desigualdade, a impunidade e a omissão institucional.
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