Na manhã de quinta-feira, Adauto Lúcio de Mesquita e Joveci Xavier de Andrade (foto), empresários associados à rede Melhor Atacadista, foram detidos como parte da 25ª etapa da operação Lesa Pátria. A ação, que visa desmantelar esquemas de apoio aos ataques perpetrados contra as instituições democráticas brasileiras em 8 de janeiro de 2023, resultou na execução de 34 mandados judiciais, incluindo 24 de busca e apreensão, três de prisão e sete para instalação de dispositivos de monitoramento eletrônico.
A prisão dos empresários é um desdobramento das investigações sobre os financiamentos dos acampamentos bolsonaristas e o suporte logístico aos participantes dos atos de vandalismo em Brasília. As Comissões Parlamentares de Inquérito, tanto da Câmara Legislativa do Distrito Federal quanto do Congresso Nacional, já haviam sugerido o indiciamento de Mesquita e Andrade. Especificamente, Andrade foi identificado como um dos financiadores dos acampamentos situados próximos ao Quartel-General do Exército, oferecendo inclusive transporte para os envolvidos nos ataques.
Durante depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos, Andrade negou participação direta nos ataques, embora tenha confirmado sua presença nos locais durante os eventos. Mesquita é investigado por realizar transferências financeiras para contas de participantes dos atos e cobrir despesas de transporte para a Esplanada dos Ministérios no dia dos ataques.
Investigações adicionais apontam para a participação ativa de Mesquita nas manifestações, incluindo o aluguel de um trio elétrico descrito por ele como “o maior de Brasília” em um vídeo nas redes sociais. A operação ainda tem mandados de prisão a serem executados em São Paulo e no Distrito Federal, além de mandados de monitoramento eletrônico distribuídos por vários estados.
Os mandados de busca e apreensão foram realizados em diversos estados, demonstrando a abrangência nacional da investigação. A Suprema Corte, através do ministro Alexandre de Moraes, autorizou também o bloqueio de bens dos investigados, visando assegurar o ressarcimento por danos ao patrimônio público.
As defesas de Mesquita e Andrade, até o momento sem acesso à decisão do ministro Moraes, afirmam que os empresários estão comprometidos em esclarecer os fatos e reiteram seu respeito pela democracia, o Estado de Direito e as instituições judiciais, incluindo o Supremo Tribunal Federal. O grupo empresarial ao qual pertencem destaca sua oposição ao vandalismo e à intolerância política, defendendo a democracia e o diálogo como pilares da sociedade.
Imagem: reprodução da internet – Crédigo: André Duarte/Divulgação