Israel intensifica bombardeio e derruba prédios de moadores na Cidade de Gaza
Governo Netanyahu adota estratégia de destruir edifícios residenciais altos antes de iniciar operação terrestre contra o Hamas

A Faixa de Gaza voltou a ser palco de intensos bombardeios nesta segunda-feira (8), quando Israel atacou e derrubou um arranha-céu de 12 andares no centro da Cidade de Gaza. Este foi o quarto edifício de grande porte destruído em quatro dias consecutivos, contra uma população indefesa. A ação ocorreu após o ministro da Defesa, Israel Katz, prometer que uma “tempestade de furacão” atingiria a cidade como parte da estratégia militar adotada pelo governo Netanyahu contra o Hamas.
O prédio, conhecido como Al-Roya 2, abrigava dezenas de famílias, mulheres, crianças e idosos, deslocados pela guerra. O Exército israelense, disse que três horas antes do bombardeio emitiu uma ordem de evacuação, incluindo a retirada de centenas de tendas montadas nas proximidades. O ataque faz parte de uma série de operações destinadas a eliminar estruturas da cidade que segundo Israel são usadas pelo Hamas como centros estratégicos para planejar ataques.
A estratégia militar de Israel contra o Hamas
De acordo com autoridades israelenses, os ataques aéreos contra arranha-céus da Cidade de Gaza fazem parte de uma estratégia para enfraquecer o Hamas antes de uma operação terrestre. O objetivo seria eliminar locais utilizados como centros de inteligência, depósitos de armas e bases de comando do grupo.
O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o bombardeio representa um “último aviso” ao Hamas: libertar todos os reféns e depor as armas ou enfrentar a destruição total. Ele declarou ainda que “os telhados das torres do terror tremerão” diante da ofensiva. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reforçou a mensagem, informando que já foram derrubados 50 edifícios usados pelo Hamas.
A estratégia, no entanto, gera controvérsias na comunidade internacional. Enquanto Israel defende que tais ações são necessárias para garantir sua segurança, organizações humanitárias alertam para os impactos devastadores sobre a população civil.
Impactos humanitários e a situação da população palestina
Segundo autoridades de saúde locais, mais de 64 mil palestinos foram mortos desde o início da ofensiva israelense, em 2023. A maioria das vítimas são civis, incluindo mulheres e crianças, o que agrava as denúncias de uma crise humanitária na região. A destruição em larga escala reduziu grande parte do enclave a escombros, dificultando o acesso a água potável, alimentos e atendimento médico.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de um milhão de pessoas residem atualmente na Cidade de Gaza. O coronel Avichay Adraee, porta-voz do Exército israelense, pediu que os moradores evacuem imediatamente a região e se desloquem para Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, considerada uma “zona humanitária”.
A ordem de evacuação, no entanto, é vista como difícil de cumprir diante da escassez de transporte, da destruição das estradas e da falta de abrigos adequados. Muitos moradores permanecem em áreas de risco, aumentando o temor de novas tragédias em ataques futuros.
As negociações e a perspectiva de cessar-fogo
Enquanto intensifica sua ofensiva, Israel mantém diálogos indiretos sobre um possível cessar-fogo. O Hamas afirmou estar analisando uma nova proposta dos Estados Unidos, apresentada no domingo (8), com o apoio do presidente norte-americano Donald Trump. O governo americano classificou a proposta como a “última chance” para evitar a destruição total de Gaza.
A guerra teve início em 2023, quando combatentes do Hamas realizaram um ataque no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e levando mais de 250 reféns. Desde então, parte dos reféns foi libertada em acordos temporários de cessar-fogo, mas dezenas ainda permanecem sob custódia do grupo. Israel considera a Cidade de Gaza o último bastião do Hamas e planeja uma operação terrestre para conquistar controle total da região.
Especialistas avaliam que a situação deve se agravar nas próximas semanas. Para Israel, o objetivo principal é eliminar a estrutura do Hamas e resgatar os reféns. Já para a população palestina, cada novo ataque representa mais perdas humanas e destruição, em um cenário que se aproxima de uma das maiores crises humanitárias do século.
Considerações finais
A derrubada de arranha-céus em Gaza demonstra a escalada da ofensiva israelense contra o Hamas e reforça a determinação do governo Netanyahu em prosseguir até alcançar seus objetivos militares. Por outro lado, a tragédia humanitária vivida pelos civis palestinos coloca a comunidade internacional diante de um dilema: apoiar medidas de segurança de Israel ou exigir um cessar-fogo imediato para salvar vidas.
Enquanto isso, os moradores da Cidade de Gaza enfrentam a difícil escolha entre permanecer em meio aos ataques ou tentar se deslocar para áreas ainda incertas. O futuro da região dependerá não apenas das operações militares, mas também da capacidade de negociações diplomáticas em estabelecer uma paz duradoura.
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