O Supremo Tribunal russo ratificou uma decisão ao equiparar o ativismo LGBTQ+ a organizações extremistas, como al-Qaeda e Estado Islâmico. Esta sentença legitima a perseguição e criminalização dos ativistas, solidificando a campanha repressora liderada por Putin contra esta comunidade.
A proibição imposta aos grupos LGBTQ+ ocorre em um cenário de crescente repressão dessa comunidade no país. Em março, Putin sancionou uma lei que criminaliza qualquer promoção de “relações sexuais não tradicionais” em filmes, programas de TV ou online, além de proibir cirurgias de mudança de sexo e tratamentos hormonais, impedindo pessoas trans de adotarem filhos ou manterem seus casamentos.
Após a decisão do Supremo Tribunal, houve operações policiais em estabelecimentos LGBTQ+ em Moscou, indicando a intensificação das ações de segurança, respaldadas pela decisão judicial. Grupos de defesa da comunidade devem ser forçados à clandestinidade, enquanto símbolos como a bandeira do arco-íris estão vetados, sujeitando quem os exibe a detenções de até 15 dias ou a quatro anos se reincidente.
A classificação do ativismo LGBTQ+ como extremista, segundo Tanya Lokshina, da ONG Human Rights Watch, visa a mobilização conservadora antes das eleições presidenciais de 2024 e paralisar o trabalho dos defensores dos direitos humanos. No entanto, tal movimento internacional LGBTQ+ sequer existe, tornando a medida mais draconiana.
O presidente Putin declarou 2024 como o Ano da Família, alimentando críticas que veem a discriminação de minorias como uma forma de distração dos problemas decorrentes da invasão russa à Ucrânia. A equiparação dos grupos LGBTQ+ a movimentos extremistas é vista como uma estratégia de campanha eleitoral, conforme resumiu Ivan Zhdanov, ex-diretor da Fundação Anticorrupção e membro do partido Rússia do Futuro. As informações são do site G1 e a foto reprodução da internet – Crédito: Foto: Mikhail Klimentyev/ Sputnik/ Kremlin Pool Photo via AP