De acordo com a perspectiva da Abin, existia uma estreita colaboração entre as duas instituições, e, portanto, a maneira mais “leal e republicana”, conforme descrito por uma fonte, seria a Polícia Federal realizar uma operação conjunta com a Corregedoria da Abin. Agindo de forma isolada, a Polícia Federal teria transmitido a imagem de que a gestão atual é conivente com alegados crimes que teriam sido cometidos durante a administração anterior, liderada pelo hoje deputado federal, Alexandre Ramagem.
“A Polícia Federal transferiu uma crise que era do governo Bolsonaro para o governo Lula, devido a imaturidade e falta de confiança”, acusa a fonte da Abin entrevistada. Por outro lado, a Polícia Federal tem uma visão divergente. Ela acredita que foi o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Correa, que transferiu a crise para o governo Lula ao insistir na nomeação de dois indivíduos que fizeram parte da administração Bolsonaro. O segundo no comando de Luiz Correa é o delegado federal Alessandro Moretii, que atuou na área de inteligência da Polícia Federal durante o governo Bolsonaro.
O terceiro na hierarquia é Paulo Maurício Fortunato, que é alvo de um mandado de busca e apreensão. Na sua residência, foram apreendidos aproximadamente R$ 870 mil, cuja origem ainda não foi explicada. O atual diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, opôs-se a essas nomeações e, na visão da Abin, estaria agindo para prejudicar a administração atual.
A tensão entre a Abin e a Polícia Federal se tornou evidente, com ambas as partes expressando diferentes interpretações sobre os eventos recentes. Enquanto a Abin afirma que a Polícia Federal agiu de maneira isolada e precipitada ao conduzir a operação, alegando que isso desencadeou uma transferência de responsabilidades para o governo atual, a Polícia Federal insiste que a decisão do diretor-geral da Abin de nomear pessoas ligadas à gestão anterior gerou a crise atual.
Nesse cenário, a nomeação de Paulo Maurício Fortunato, alvo de um mandado de busca e apreensão, e a descoberta de uma grande quantia em dinheiro em sua residência permanecem como pontos de discórdia. A falta de explicação quanto à origem desses recursos aumentou as suspeitas e complicou ainda mais a relação entre as duas instituições.
A situação revela uma suposta disputa complexa entre os órgãos de inteligência, envolvendo questões políticas e institucionais. Enquanto a Abin e a Polícia Federal lançam acusações e interpretações conflitantes sobre os eventos, o contexto político em que essas ações ocorrem torna o cenário ainda mais desafiador, com potenciais implicações para o governo em exercício. A resolução desse impasse parece depender de um entendimento mútuo e de esclarecimentos sobre os eventos que desencadearam a atual disputa de credibilidade entre essas duas agências importantes para o Brasil. As informações é do G1 – Imagem da internet