Nosso Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez reverenciado por sua discrição e respeito, passou por transformações significativas nos últimos anos, alterando sua imagem perante a população brasileira e gerando questionamentos sobre sua relação com a opinião pública. Antigamente, os ministros da Corte se destacavam pela sua discrição, evitando exposição na mídia e manifestações políticas, limitando suas intervenções aos autos dos processos. Suas decisões eram geralmente aceitas pela sociedade sem alarde.
No entanto, a paisagem mudou consideravelmente, especialmente após a criação dos canais de comunicação oficiais do STF. Hoje, vemos ministros agindo de maneira distinta em comparação com as cortes de justiça no Brasil e no mundo. Muitos ministros se manifestam publicamente em temas políticos, em debates na mídia e até mesmo nas redes sociais, rompendo com a tradição de discrição que caracterizava o STF.
Essa mudança de postura não passou despercebida pela sociedade. Alguns ministros do STF, com raras exceções, agora enfrentam hostilidades quando viajam pelo país ou utilizam voos comerciais. Isso levanta questões sobre como reverter essa situação e restaurar a confiança e o respeito que o STF uma vez desfrutou.
A resposta a essa pergunta é complexa e envolve uma série de considerações. É crucial que o STF continue a desempenhar seu papel constitucional de guarda da Constituição e protetor dos direitos fundamentais, tomando decisões baseadas na lei e na justiça, em vez de considerações políticas ou pessoais. Além disso, os ministros podem buscar um equilíbrio entre a expressão de suas opiniões e o respeito pela imparcialidade da Corte.
A promoção da transparência e do diálogo com a sociedade também pode ajudar a dissipar mal-entendidos e reduzir hostilidades. Explicar de forma clara e acessível o raciocínio por trás das decisões do STF pode contribuir para uma melhor compreensão por parte do público.
Por fim, é importante destacar que a independência e a imparcialidade do STF são fundamentais para o funcionamento da democracia. Portanto, qualquer mudança deve ser cuidadosamente equilibrada para preservar esses princípios enquanto aborda as preocupações legítimas sobre a atuação da Corte no cenário público atual.