Infodemia de Fake News Sobre Vacinas: Um Desafio Global
Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a disseminação de informações falsas que prejudicam esforços de imunização.
Brasilia, 17 de setembro de 2023 – Em meio à pandemia de COVID-19, um novo e preocupante fenômeno de saúde pública emergiu: a infodemia. A OMS (Organização Mundial da Saúde) adverte que, devido à inundação de informações provenientes de diversas fontes na internet, tornou-se cada vez mais difícil distinguir fontes confiáveis e informações corretas quando se trata de saúde. A infodemia, amplificada pelas redes sociais, propaga-se rapidamente, afetando todos os aspectos da vida.
Nesse vasto oceano de informações, muitas afirmativas são propagadas sem respaldo científico e, frequentemente, impulsionadas por interesses comerciais e políticos. A Dra. Isabela Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca que, desde o início da pandemia de COVID-19, as vacinas se tornaram o foco principal dos grupos que disseminam desinformação sobre saúde, o que tem impactado negativamente os esforços para aumentar as taxas de vacinação no Brasil, que comemora o 50º aniversário de seu Programa Nacional de Imunizações (PNI).
A Dra. Ballalai observa que, juntamente com a infodemia, surge uma estrutura de negócios que lucra com a disseminação de informações incorretas. Embora o debate e o questionamento sejam elementos essenciais da ciência, a Dra. Ballalai enfatiza que a prática médica deve ser baseada em evidências científicas sólidas. Quando a desinformação é combinada com uma percepção inadequada dos riscos associados às doenças preveníveis por vacinação, a hesitação em relação às vacinas ganha força, inclusive entre profissionais de saúde.
A Dra. Ballalai alerta que a desinformação sobre vacinas frequentemente se apresenta de maneira alarmante, usando táticas sensacionalistas para criar medo e ansiedade. Esses conteúdos muitas vezes são acompanhados por imagens e histórias fictícias, tornando ainda mais difícil distinguir a verdade da falsidade.
Especialistas enfatizam que a desinformação sobre vacinas não é apenas prejudicial à saúde pública, mas também representa uma ameaça à democracia. A disseminação de informações incorretas prejudica a confiança nas instituições democráticas, enfraquece a credibilidade das vacinas e mina a eficácia dos esforços de imunização.
É importante compreender que a desinformação sobre vacinas frequentemente serve a interesses econômicos e políticos. Grupos antivacinação podem operar de forma coordenada, visando minar a confiança nas vacinas e aumentar a hesitação em relação à imunização. A combinação de desinformação, sensacionalismo e estratégias de marketing torna-se uma ameaça real à saúde pública.
A Dra. Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência, destaca que a desinformação muitas vezes busca provocar medo e ansiedade para atrair a atenção do público. Alerta que o mercado da desinformação é perverso, com aqueles que o alimentam buscando lucro às custas da saúde pública.
A desinformação é um problema complexo e em constante evolução, que exige esforços coordenados para combatê-la. Governos, organizações de saúde e indivíduos têm a responsabilidade de compartilhar informações precisas e confiáveis e combater ativamente a disseminação de notícias falsas sobre vacinas.
O desafio é grande, mas a conscientização, a educação e o apoio à ciência são as melhores armas para enfrentar a infodemia e proteger a saúde pública. Com as informações da Agência Brasil